É Março e é Natal em Ouagadougou
Published20 Jun 2010
Alexandra Lucas Coelho e António Pinto Ribeiro na apresentação de É Março e é Natal em Ouagadougou, livro de viagens de António Pinto Ribeiro, acabado de editar pela Cotovia. (Foto de Rogério Santos)
"Este viajante é um leitor. Não sei se é possível viajar verdadeiramente sem livros, mas António Pinto Ribeiro viaja com livros e nos livros. Há literalmente fragmentos aqui que não estão situados num lugar, são viagens só através de livros. Mas o que acontece em quase todos os fragmentos é haver um lugar, ou um percurso, e esse lugar ter um livro, ou mais que um, por vezes completamente inesperado.(...)
O viajante é veloz, mas também sabe parar… Pára em canyons e desfiladeiros na África do Sul, e na fila de trânsito da Cidade do México, essa cidade impossível, cidade-prisão de 28 milhões. Mas pára também naquela pequena praça, ao fim da tarde na Cidade do México, onde uma mexicana de cabelo negro e trança atada com uma fita vermelha vende ramos de alcachofras e sorri.(...)
São imagens como esta que nos põem em movimento, um movimento livre, porque são também criadas por nós, não estão numa fotografia nem num ecrã. As imagens dos livros são criações conjuntas, de quem escreve e de quem lê.(...)
Para saberem porque é que é Natal em Março em Ouagadougou têm de chegar lá, à página 33. Só é Natal em Março em Ouagadougou nessa página."
Alexandra Lucas Coelho, in O leitor viajante, texto de apresentação lido na livraria Pó dos Livros, 16 de Junho de 2010.
"O livro descreve cidades da China, da África, da Europa e, claro, o Brasil, país luminoso para o autor. Lê-se: Brasil imenso, Brasília, Rio de sol, na terra dos gaúchos, Inhotim. Para Pinto Ribeiro, o Brasil é o futuro e os brasileiros nascem já criativos (aprenderam connosco durante alguns anos, disse, divertindo-nos). Sobre Portugal, afinal, está descrente. E também da Europa. O mundo hoje faz-se na China, na África, na América latina.
Texto mais sombrio, nas palavras da apresentadora - cidade do México. Cidade ingovernável, disse o autor. Cidade que mais o encantou - Bogotá -, como que desfazendo preconceitos." (Rogério Santos, no blogue Indústrias Culturais)