"O Ano do Fim. O Fim do Império Colonial Português"
Published18 Jan 2015
O Ano do Fim. O Fim do Império Colonial Português foi o tema do colóquio organizado pelo Instituto de Ciências Sociais (ICS), em Lisboa, nos passados dias 15 e 16 de Janeiro, em que se debateram as singularidades e traços comuns do caso português em relação a outros países colonizadores. O jornal Público esteve presente e fez a reportagem, com depoimentos de Adriano Moreira, Diogo Ramada Curto e Miguel Bandeira Jerónimo.
O que parece ser consensual é que o colonialismo tardio português assistiu, à semelhança do que aconteceu com outras potências coloniais no Congo, no Quénia ou na Argélia, a uma “repressão altamente eficaz”, com “episódios de extrema violência”, defende Bandeira Jerónimo.
A experiência das outras potências não se reflectia apenas nos “massacres brutais”, reflectia-se também nos programas de reordenamento rural e de deslocação de populações. Se é verdade que as autoridades coloniais seguiram de perto a estratégia inglesa de repressão no Quénia, também é verdade que se interessaram pelos campos britânicos de reeducação dos africanos, cujo modelo, aliás, procuraram seguir.
“Os problemas dos impérios eram semelhantes e, por isso, é muito complicado falar de excepcionalidade”, diz este investigador do ICS, organizador do volume O Império Colonial em Questão (sécs. XIX-XX), uma das obras que, segundo Ramada Curto, melhor analisam a questão do colonialismo tardio no caso português (as outras que destaca são Cidade e Império, org. de Nuno Domingos e Elsa Peralta; e O Império da Visão, org. de Filipa Lowndes Vicente).
Texto de Lucinda Canelas, no Público