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“Breath”, Daniela Thomas - making of

Published21 Jun 2012

Tags próximo futuro daniela thomas


(fotos Osvaldo Perrenoud)

Breath é da autoria do escritor irlandês Samuel Beckett. É provavelmente a mais curta peça de teatro jamais escrita. A data é controversa. Biógrafos diferem nas suas histórias sobre a origem do texto, mas a maioria das citações refere como sendo de 1969. Teria sido escrita para um espetáculo de peças curtas que resultou num grande sucesso do teatro comercial, o erótico “Oh, Calcutta”. Algo completamente em desacordo com tudo o que se conhece sobre Beckett. Ainda para mais porque, na adaptação feita pelo director de “Oh, Calcutta”, os actores apareceram nús em cena. Conta-se que Beckett exibiu uma rara demonstração pública de ira contra o diretor do espetáculo. O facto é que “Breath” é um puríssimo Beckett: sintético, enigmático, sardónico, com direções de uma precisão científica. “Breath” deve ser vivenciado como espetáculo de teatro. Os códigos teatrais - palco e plateia, cortina e terceiro sinal - são imprescindíveis para a fruição da peça. A graça em assistir a “Breath” é perceber toda a dimensão da sua novidade, da sua radicalidade. Daniela Thomas (cenógrafa, realizadora, dramaturga e guionista) diz-nos «Procurei seguir as direções do autor à risca. Espero que o público não se esqueça de aplaudir no fim do espetáculo». 

DANIELA THOMAS (Brasil, 1959) é cenógrafa, realizadora de cinema, encenadora de teatro, guionista e dramaturga. Realizou o seu primeiro cenário para a estreia de “All Strange Away”, de Samuel Beckett, apresentado no La MaMa Experimental Theatre, em Nova Iorque, em 1984. Tem-se dedicado também à criação de guiões e à realização de filmes como “Terra Estrangeira”, “Linha de Passe” e “Insolação”, longas-metragens selecionadas para a competição oficial dos Festivais de Cannes e Veneza (“Linha de Passe” ganhou a Palma de Ouro de melhor atriz, em 2007) e ao design de exposições. Os seus trabalhos já estiveram expostos nas Bienais de São Paulo, de 1987 e 1989, na Bienal do Mercosul, em 2009, e na Bienal de Lyon de 2011, estes últimos com a montagem da micropeça “Breath”, de Samuel Beckett.