Luminous People
Published26 May 2010
Para quem tem acompanhado as iniciativas anteriores ao Programa Próximo Futuro na Fundação Gulbenkian, o nome do tailandês Apichatpong Weerasethakul - que ganhou há poucos dias a Palma de Ouro na 63ª edição do Festival de Cannes com o filme "Uncle Boonmee Who Can Recall His Past Lives" - não é desconhecido. Lembram-se de O Estado do Mundo: um filme em 6 partes? Um dos realizadores que integrava o colectivo era precisamente Apichatpong Weerasethakul, com a sua curta-metragem Luminous People (2007).
Um grupo de pessoas viaja num barco ao longo do rio Mekong, na fronteira entre a Tailândia e o Laos. Viajam contra o vento, antecipando uma despedida. A meio do rio, a matriarca da família lança as cinzas à água. Luminous People é a recriação de uma cerimónia que comemora a presença dos mortos e as memórias decadentes dos vivos, do cinema. Apichatpong e a sua equipa viajaram para Nong Khai, uma pequena vila perto do rio Mekong, e convidaram os seus habitantes a participar neste projecto. Durante os dois dias que passaram no barco, a equipa e o elenco recriaram uma cerimónia e encontram uma narrativa. Mais tarde, alguns dos elementos da equipa visionaram as imagens e as suas conversas foram gravadas. Durante o processo, um deles recuperou uma história do seu falecido pai que o teria visitado em sonhos. Apichatpong pediu-lhe para cantar para o filme.